segunda-feira, 28 de junho de 2010

A mais nova banda que não chega a ser bem uma banda...


Folk-pós-punk-alternativo-grunge-metálico. Assim pode ser definido o novo estilo musical da mais nova promessa de novos talentos da nova geração: O Canto da Folha de Alumínio. Formada por cinco universitárias falidas sem nenhum talento musical, a banda traz uma grande inovação por não tocar necas de pitibiribas, não ter nenhuma composição própria, nunca ter feito qualquer show e mesmo assim se considerar uma banda. Na verdade o único feito do conjunto foi uma sessão de fotos esdrúxulas e embriagadas num esquenta pré-botequim dia desses...

Salvo essas peculiaridades, a banda lançou recentemente o setlist de seu futuro álbum (o qual não tem previsão de ser lançado, sequer produzido): Aulas de Canto, tendo como música de trabalho o clássico jamais ouvido Vem pro canto que eu te ensino. Além dessa, outros grandes sucessos dum futuro próximo, como As cócoras sumérias, Rachando a cigarra, Carrinho-de-mão tântrico e a quase-ópera A naja desenroscada, compõem o tão esperado disco, que provavelmente será lançado (quando e se for) na forma de fita k-7, uma preferência do grupo.

Apesar da aparente infrutífera ou até inexistente carreira, O Canto tem em seus planos uma produção áudio-visual para certa matéria da faculdade. Após muita pressão (pra não dizer ameaças e chantagens) do Mestre Coxa, as pseudo-artistas resolveram exibir sua falta de dotes musicais e artísticos em um vídeo que esperamos não ver tão cedo. Isso se ele chegar a ser feito.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Digite seu título aqui: ______________________

Lapso de criatividade. Tu senta, sabe que tem que escrever. Sabe que não pode sair da frente do computador sem terminar. Força os neurônios, tenta extrair algo de qualidade dessa massa encefálica, mas só vê branco. Albinismo mental. Pensa desesperadamente em não escrever nada, entregar uma folha em branco, “os editores que se virem!”, mas sabe que seu emprego de merda depende desse simples artigo que tu tem que escrever em 50 minutos. 49. 48. 47. O tempo passa e o desespero aumenta. O que escrever? O QUE ESCREVER?

Blackouts momentâneos são comuns hoje em dia, principalmente com toda essa onde de estresse e nervos. Pra quem tem que escrever um artigo de vez em quando na faculdade ou uma matéria ocasionalmente esses blackouts não são tão incômodos assim, tu passa uma meia hora sofrendo e já vem uma idéia genial, (ou nem tanto) que te salva... mas imagine um colunista diário, alguém que todo o santo dia levanta sabendo que tem que escrever algo publicável, que seu emprego depende disso, que sua família depende disso, um mísero amontoado de letras fazendo algum sentido para alguém. A pressão que isso exerce em alguém levaria qualquer um a um blackout permanente! Vida de escritor não é fácil...

Imagine se Machado de Assis tivesse tido um lapso de criatividade no meio de “Dom Casmurro”? Se nos meados da obra ele simplesmente empacasse sem saber o que escrever e subitamente mudasse o rumo de tudo: Bentinho não duvida mais de Capitu, daria muito trabalho escrever todas as possíveis nuances de adúltera e inocente da mulher; o filho não nasce com a cara de Escobar, assim a história linda de amor do casal protagonista não tem falha, e tudo se encaixa perfeitamente. Um ataque desses comprometeria todo o enredo e provavelmente esta se tornaria apenas mais uma estoriazinha de amor... se Machado ao menos tivesse esperado o lapso passar...

Mas se (hipoteticamente) até Machado de Assis pode ter surtos de infertilidade mental, nós, meros escritores amadores também podemos, oras! Chega de querermos findar nossas vidas somente porque um parágrafo não ficou ao nível da Academia Brasileira de Letras! Nada de se descabelar porque não conseguiu escrever aquele artigo seguindo normas toscas criados por um desocupado! E porque ficar cabisbaixo simplesmente porque não conseguiu poetizar todos aqueles lindos sentimentos que guarda eu seu romântico coração (experimente um haikai, sempre dá certo)? Escreva, escreva e escreva! A torto e a direito, de trás pra frente e de frente pra trás, sobre o que vê, sente e ouve. Sobre o mundo e o não-mundo! O universo paralelo e o transversal! Transcenda tudo para o papel, até que um possível blackout o apague. Como esse que me apagou agora. Hmm... o que escrever?! Deixa pro próximo post...

domingo, 5 de julho de 2009

O Movimento dos Fingidores Anônimos


Invariavelmente uma situação como essa já deve ter se passado contigo, quando no meio de um diálogo cabeça com um amigo pseudo-intelectual (daqueles, especialistas em bandas de rock-indie-progressivo-búlgaro e veneradores de filmes alternativos iranianos), há a temível pergunta: Tu já leste, né?! As pernas tremem, a garganta seca, o suor frio escorre pela nunca e tu, reunindo todas as suas forças interiores, gaguejas fracamente: Já, já... já li sim... MENTIRA! Todos sabem que tu nunca leste, está escrito na tua cara!

Dostoievski, Voltaire, Maquiavel, Cervantes, autores de clássicos literários cujas citações permeiam conversas regadas a álcool em botequins acadêmicos e rodas literárias de especialistas, os quais estão presentes em nosso dia-a-dia, inspirando poetas, músicos, escritores, ou simples mortais. Mas há de se convir que não são todos simples mortais que dedicam dias de sua ínfima vida à leitura destes clássicos. Alguns já ouviram falar, outros conhecem um pouco por meio de fontes duvidosas (lê-se amigos pseudo-intelectuais), mas os que mais me impressionam, por sua audácia e dissimulação, são os fingidores! Eles, que citam Goethe e Alighieri, exaltam Kafka e Wilde, declamam apaixonadamente Shakespeare e Homero, quem dirá que não sabem do que estão falando? Quem duvidará da autenticidade de suas falas? Pois eu duvido! Porque uma coisa é certa, fingidores conhecem fingidores, e eu, como tal, reconheço de longe a discreta engasgada que precede um tímido “sim, já li”. E aqui eu faço o meu apelo: fingidores, uni-vos! Uni-vos para não serdes mais fingidores, uni-vos para na próxima vez que vos perguntarem se já leram, respondam de cabeça erguida: NÃO! E para depois humildemente ir até a próxima biblioteca, sebo, livraria, ou pedir emprestado ao amigo verdadeiramente intelectual, o dito livro. Assim, os ainda fingidores serão facilmente detectáveis, pois seu conhecimento superficial, ainda que exibido orgulhosamente, não se iguala a de um ex-fingidor, o que teve a coragem de assumir sua posição como tal e reverter-lha, realmente lendo os livros que preconiza adorar.

Pois é, caros colegas fingidores, eu sinto muito por ter-vos (nos) desmascarado, mas me parecia tremenda injustiça vosso reinado fajuto no entendimento da literatura. Agora vos resta definhar em meses e meses de leitura árdua para o próximo encontro periódico de ex-fingidores, intelectuais, pseudo-intelectuais e os remanescentes fingidores, os quais eu sinceramente espero que não se enquadrem por muito mais tempo nessa categoria, e regar de verdadeiro conhecimento literário os infinitos botequins da vida! Ah, e para os corajosos ex-fingidores, fica a dica: será muito mais fácil fingir entender o livro depois de lê-lo do que fingir tê-lo lido. Experiência [in]própria!
Ilustração: www.lupevision.com

sábado, 16 de maio de 2009

Café, estimulante ou degradante?

Deformações no feto, infertilidade, problemas cardíacos, fibrose cística do peito e úlceras são alguns dos problemas relacionados ao consumo de cafeína em quantidades elevadas e por elevados períodos de tempo. Mas seria possível, com o estresse do dia a dia atual, passar um dia sem o café que mantêm os ânimos despertos?

O café é uma planta nativa da Etiópia, país do leste da África. Os primeiros indícios do consumo dessa planta deu-se com pastores de cabras do séculos XV, que ao ver seus animais comerem a fruta do café tornavam-se mais espertos e resistentes. Assim, esses pastores não hesitaram em provar a “fruta energética”. Logo, esse costume se espalhou para os vizinhos árabes, do Oriente Médio, que ao invés de comerem a fruta faziam infusão, e, portanto, determinaram o consumo do café como bebida, o qual se espalhou por todos os continentes e tornou-se muito popular.
O consumo da café tornou-se indispensável no modo de vida atual, pois devido as exigências do trabalho e estudos muitas pessoas utilizam desse estimulante para resistir as pressões corriqueiras. Para o estudante de jornalismo João Marcelo, 20 anos, o café é necessário para manter-se disposto a realizar os trabalhos e compromissos que a vida universitária exige. Para ele os efeitos causados são a disposição e o aumento da concentração, facilitando os estudos, e a falta do consumo lhe causa mal-estar, portanto considera-se um dependente da cafeína. Porém o que João Marcelo não sabe é que o fato de ser fumante diminui a duração dos efeitos da mesma, porque a degradação completa da cafeína no organismo dura de 5 – 7 horas em indivíduos adultos e não fumantes e em indivíduos fumantes este tempo é reduzido por cerca da metade, aproximadamente 3 horas, fazendo com que fumantes tenham que beber mais café para terem o efeito por mais tempo.
A disposição que o estudante afirma ter se deve ao fato de que a cafeína ativa a liberação de dois aminoácidos excitatórios – glutamato e aspartato – que desempenham um papel fundamental como principais neurotransmissores estimuladores do cérebro. Estes aumentam a performance dos indivíduos em tarefas manuais tais como conduzir, contudo podem diminuir a performance em tarefas que envolvam coordenação muscular complexa.
Assim nota-se que o consumo do café pode gerar efeitos benéficos, quando ingerido com parcimônia, ou maléficos, quando chega-se à dependência. Basta saber a quantidade e o momento certo de ingeri-lo.

Bruna Molena e Louis Barp

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Auto-explicativo


Em língua francesa há uma expressão, “L’esprit de l’escalier” - cuja tradução literal seria algo como “O espírito da Escada”. A expressão se aplica às situações em que uma pessoa está em uma discussão e não consegue encontrar algo apropriado para dizer em resposta a algum argumento ou comentário do interlocutor. Depois de ir embora, (descendo as escadas - daí a origem da expressão) a pessoa encontra a frase justa que teria sido a resposta perfeita e deixaria seu oponente sem nenhuma reação possível.
O espírito da escada é a frase que teria decidido a discussão se não fosse pelo fato de já ser tarde demais. A expressão foi usada originalmente no livro Paradoxe sur le Comédien de Diderot.


Vide Wikipédia.